Igreja oficializará pedido de dioceses em Assú e Santa Cruz

O monsenhor Valquimar Nogueira, vigário geral da Arquidiocese de Natal e coordenador da comissão criada para a realização dos estudos, explicou que o pedido é feito por órgãos competentes, como a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Após a solicitação, que só ocorrerá depois da resolução de eventuais esclarecimentos que possam ser feitos pela Nunciatura, a resposta sobre a criação das dioceses deverá sair em até dois anos, conforme previsão da Arquidiocese de Natal. “Esse seria o tempo suficiente para avaliações e planejamentos. Agora, claro, o papa pode apressar as coisas”, diz Nogueira.
Para a elaboração do relatório que será apresentado nesta sexta, foi formada uma comissão em junho do ano passado, com clérigos, religiosos e leigos – dentre eles professores e agentes pastorais, os quais colaboraram para a viabilidade dos estudos, que duraram 9 meses e foram finalizados em dezembro do ano passado. O resultado é um relatório de 80 páginas e cinco capítulos, com informações de âmbito geográfico, histórico, econômico, cultural, religioso e pastoral.
A perspectiva é pela aprovação da criação das duas dioceses. “Buscamos a aprovação de ambas. Por isso, fizemos os dois estudos ao mesmo tempo”, disse o monsenhor Valquimar Nogueira. Atualmente, a Arquidiocese de Natal, composta por três dioceses (Natal, Mossoró e Caicó), compreende uma área territorial de 25,1 mil km² e uma população de 2,2 milhões de habitantes. Com as mudanças, a futura diocese de Assú compreenderá 23 municípios, dos quais seis pertencem hoje à Diocese de Mossoró e 17 à Arquidiocese. Por sua vez, a diocese de Santa Cruz compreenderá o Agreste potiguar, com 36 municípios.
“São dioceses que já nascem grandes, mas é uma iniciativa importante porque é impossível que um bispo dê conta de 25 mil km², como é atualmente”, diz o monsenhor arquidiocesano. A necessidade de um melhor acompanhamento pastoral e administrativo é destaque na proposta que será enviada à Santa Sé. A escolha das duas cidades não se deu por acaso. Monsenhor Valquimar explica que, no caso de Santa Cruz, o crescimento da cidade, decorrente inclusive do turismo religioso em razão da devoção à Santa Rita, foi um fator preponderante.
“Já Assú é um polo para o Oeste. A ideia foi abranger essa região, bem como a área mais central do Estado”, falou. Agora, com o envio do relatório à Nunciatura, a comissão começa um segundo trabalho, que é o de discutir e conscientizar padres e fiéis que integram os territórios sobre o tema. “Também é preciso preparar o novo pastor que irá governar cada diocese”, pontuou monsenhor Valquimar Nogueira.